Uma possível "fuga" da humanidade para Marte não vai salvá-la de problemas sociais que geram contradições entre os interesses dos países, por um lado, e os dos colonos e corporações que os patrocinam, por outro, aponta reportagem publicada na última edição da Nature.
O chefe da corporação SpaceX, Elon Musk, divulgou ao mundo em setembro deste ano seus planos grandiosos para colonizar Marte. Para isso ele prevê criar um foguete super pesado e uma frota composta de milhares de naves interplanetárias que levarão um milhão de pessoas ao Planeta Vermelho até ao final do século.
Na concepção de Musk, o objetivo da colonização será criar no planeta uma cidade autônoma com um milhão de habitantes que possa satisfazer suas próprias necessidades e seja uma sociedade completa, à semelhança das existentes na Terra. No entanto, apesar dos avanços tecnológicos, a Nature considera pouco provável a criação de colônias autônomas em Marte e na Lua devido a fatores econômicos, sociais e financeiros.
Divisão do planeta
A publicação aponta que esse projeto requer grandes investimentos e que nem os governos, nem as corporações transnacionais vão fazer isso de graça. Ao contrário, eles vão exigir sua participação na exploração de riquezas naturais de Marte, o que poderá causar a divisão do Planeta Vermelho em zonas econômicas exclusivas e privar os colonos de autonomia.
Desta forma, a Nature conclui que a construção de colônias independentes na Lua e em Marte é fruto da fantasia de sonhadores e está longe de se tornar realidade.
Com informações na Nature
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