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Repelente natural contra o mosquito da dengue é cultivado e doado no Paraná

O mosquito Aedes Aegypti, nas últimas semanas, tornou-se o centro das discussões novamente em todo o território nacional. O motivo é o aumento exponencial de casos de microcefalia, que compromete o desenvolvimento físico e mental de bebês. O vírus causado

Da Redação

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Vanda Oliviak Servilha e o marido Adísio Servilha cultivam citronela e distribuem mudas da planta  | Foto: Delair Garcia
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Vanda Oliviak Servilha e o marido Adísio Servilha cultivam citronela e distribuem mudas da planta  | Foto: Delair Garcia
Escrito por Da Redação
Publicado em 26.12.2015, 12:09:00 Editado em 27.04.2020, 19:54:02
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O mosquito Aedes Aegypti, nas últimas semanas, tornou-se o centro das discussões novamente em todo o território nacional. O motivo é o aumento exponencial de casos de microcefalia, que compromete o desenvolvimento físico e mental de bebês. O vírus causador da anomalia é transmitido pelo mosquito, que também é o causador da dengue, febre amarela e chikungunya. Em Apucarana, na região Norte do Paraná, além de cuidar da limpeza dos quintais, moradores têm apostado em uma alternativa natural para espantar o mosquito cultivando em citronela e crotalária. A distribuição das mudas das plantas faz parte do projeto “Dengue Controle Natural, da Prefeitura de Apucarana.

Estudos apontam que a citronela mantém o Aedes Aegypti afastado numa área de 50 metros quadrados. Já a crotalária atrai a libélula, predador natural do mosquito. Desde dezembro de 2013, início do projeto, cerca de cinco mil mudas de citronela foram doadas gratuitamente para moradores da cidade. Além da planta, a Secretaria de Agricultura também disponibiliza sementes de crotalária, que são entregues junto com a citronela.

A apucaranense Vanda Oliviak Servilha, 55 anos, adotou a proposta em abril do ano passado, mês que seu jardim ganhou uma muda de citronela. De lá para cá, a aposentada e o marido, o pedreiro Adísio Servilha, avalia que a presença de mosquitos diminuiu. “Resolvemos plantar a citronela com medo da dengue e percebemos que o número de mosquitos caiu”, avalia Vanda com o aval do marido.

Além de ter a planta no quintal, eles também já distribuíram mudas para vizinhos, amigos e parentes. Vanda e Adísio, que moram próximo ao Lago Jaboti, revelam que com o aparecimento do Zika vírus, vão reforçar o arsenal natural de combate ao mosquito. “Vamos plantar também a crotalária”, garante Adísio. Tanto a crotalária quanto a citronela foram doadas pela Secretaria da Agricultura de Apucarana.

Na última semana, Vanda pegou mais duas mudas de citronela. “Vou entregar para duas amigas de Borrazópolis que me pediram”, revela. A auxiliar de serviços gerais, Ana Cláudia Almeida da Cruz, 41, também plantou a citronela em seu quintal e garante que há quase um ano não tem mais que se preocupar com mosquitos em seu quintal e em casa. “Com a citronela, eu faço um repelente natural e borrifo de vez em quando dentro de casa. Depois que plantei, não apareceu mais mosquito”, mosquito. A fórmula do repelente, Ana Cláudia aprendeu com os técnicos da Secretária de Agricultura de Apucarana. “Quando fui pegar a muda, eles me ensinaram a fazer. É só cortar as folhas e deixar curtir alguns dias no álcool”, revela. Além do repelente natural, ela frisa que não descuida da limpeza do quintal. “Todo mundo tem que fazer a sua parte”, observa.

Outro detalhe é que Ana Cláudia também já repassou mudas de citronela para frente. “Até meu cunhado de São Paulo já levou uma mudinha”, conta. Outra apucaranense que também percebeu os resultados das plantas é a aposentada Maria Rodrigues Cândido, 65, moradora do distrito de Pirapó. “Não vejo mais mosquito voando por aqui”, assegura. No quintal, ela tem citronela e crotalária, que já renderam mudas para vizinhos e familiares. Já a dona de casa Maria Inês Andreassi da Silva, e a filha, a estudante Viviane Sabino, conheceram as plantas por acaso. Elas estavam passando pela Praça Rui Barbosa, na última semana, quando ficaram sabendo dos benefícios da planta, através do estande da Secretaria de Agricultura. “Pelo que explicaram, parece que funciona. Eu vou levar e plantar no meu quintal. O meu quintal é limpo, mas o mosquito não respeita muros, por isso, a gente tem que se cuidar de todas as maneiras”, sublinha.

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Maria Rodrigues Cândido tem crotalária e citronela no quintal | 
Foto: Delair Garcia


Procura aumenta 30% após casos de zika vírus

O projeto “Dengue Controle Natural” foi lançado pela Prefeitura de Apucarana, através da Secretaria de Agricultara, em dezembro de 2013, como alternativa natural de combate com mosquito Aedes Aegypti. Neste período, o secretário da pasta, João Carmo Fonseca avalia que foram entregues cerca de cinco mil mudas de citronela e de crotalária gratuitamente para a população. “Nos últimos meses, com o zika vírus, aumentou cerca de 30% a procura pelas plantas”, calcula. 

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De acordo com o secretário, neste ano, durante a 3ª Feira da Agricultura Familiar e 1º Festa das Frutas realizada na Praça Rui Barbosa, semana passada, foram doadas cerca de mil mudas. Fonseca observa ainda que as plantas, após três meses, formam brotos que devem ser doados a vizinhos e parentes. “Se cada pessoa que recebeu a uma planta, doou pelos menos cinco mudas, hoje temos 20 mil famílias com repelente natural em casa”, comenta. O número corresponde a praticamente 50% das famílias da cidade, que tem 42 mil domicílios.


Plantas não dispensam cuidados preventivos

Para o diretor do Departamento de Vigilância em Saúde de Apucarana, o médico veterinário Agnaldo Aparecido Ribeiro, tanto a citronela quanto a crotalária são barreiras naturais ao Aedes Aegypti, mas não dispensam os cuidados preventivos, como a limpeza dos quintais e terrenos baldios. “A citronela e a crotalária vêm para somar ao trabalho realizados pelos agentes de endemias, mas não extinguem o mosquito. Cerca de 84% dos criadouros do Aedes Aegypti em Apucarana são domésticos, ou seja, criados pelos próprios moradores. O restante é natural”, afirma. Ribeiro destaca também que o índice de infestação depende muito das condições climáticas. “Neste verão, por exemplo, que as temperaturas e as chuvas tendem a ficar acima da média, é indispensável a participação da população no combate ao mosquito da dengue”, assinala. O último (LIRAa) realizado em outubro apontou 1,7 de infestação do mosquito na área urbana de Apucarana. Ainda segundo Ribeiro, com o surgimento do zika vírus e da associação à microcefalia, a população tem passado a cuidar mais dos quintais.

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