O Conselho do Meio Ambiente de Apucarana quer implementar um programa municipal de reaproveitamento de material orgânico. Para isso, o órgão trouxe para a cidade o especialista em compostagem Cláudio Spinola, diretor do Instituto Morada da Floresta, que há oito anos realiza um projeto na área em São Paulo. A ideia é mobilizar as lideranças da cidade para a causa, que pode reduzir em cerca de 50% a quantidade de lixo enviada ao Aterro Sanitário. A Prefeitura já pensa em maneiras de implantar o projeto.
Spinola realizou na manhã de ontem uma palestra para os membros do conselho e também orientou os funcionários e a direção da Casa de Misericórdia de Apucarana, onde um projeto-piloto será implantado. Durante a tarde, ele esteve reunido com vereadores e também com o prefeito Beto Preto (PSD). “Cerca de 50% dos resíduos gerados no Brasil são orgânicos. Tudo isso hoje vai para o aterro sanitário, uma maneira ultrapassada de lidar com esses resíduos. Um trabalho simples de compostagem pode ser realizado em um pequeno espaço. Mesmo em apartamentos é possível. E em uma cidade do tamanho de Apucarana, com vontade política é possível reverter esse quadro em quatro anos”, afirma Cláudio. Segundo ele, falta informação da população. “Uma composteira para uma casa com quatro pessoas pode ser colocada em um espaço de 40 por 60 centímetros. O que falta é educação ambiental.
O resíduo orgânico sempre foi colocado como não-reciclável, o que é errado. As divisões de resíduos deveriam ser seco (plástico, papel, vidro e metal), orgânico e não-reciclável. Essa separação inclusive iria favorecer a separação dos outros materiais recicláveis”, assinala. A composteira é um sistema de caixas onde são colocados os restos de alimentos produzidos na residência, junto com materiais vegetais secos.
“Através do trabalho de minhocas, o material orgânico é transformado em adubo. A composteira doméstica é um sistema seguro que, usado corretamente, não gera odor nem atrai animais nocivos à nossa saúde”, salienta Júnior Serea, presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiente. Apucarana produz mensalmente 2,2 mil toneladas de lixo. O município paga para a empresa que coleta, faz o transporte e a destinação R$ 140 por tonelada, o que no mês soma um custo de mais de R$ 300 mil.
O projeto poderia gerar uma economia de R$ 150 mil mensais aos cofres públicos. O prefeito Beto Preto faz uma avaliação positiva do projeto. “Temos o Programa Terra Forte que necessita de adubo orgânico para o desenvolvimento das plantas frutíferas e, nas escolas, acredito que é possível implantar uma atividade de educação ambiental, paralela ao projeto Sementes do Amanhã, onde crianças e professores mantém hortas”, comenta.
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