Um homem de meia idade residente em Apucarana (norte do Paraná) luta hoje contra dependência do crack, após ter sido preso três vezes, a última delas na região oeste do Paraná, quando trazia maconha da Tríplice Fronteira para Apucarana. "Muitos jovens acham que o uso de drogas é passageiro e que os dependentes podem sair do buraco quando querem. A história não é bem assim. Entrei no tráfico para sustentar meu vício e acabei no inferno, principalmente depois que conheci o maldito crack. Fiquei preso vários anos, perdi emprego, casa, carro, moto, família, dinheiro, dignidade e a moral, além de ter a saúde fragilizada. Meus dentes se deterioram junto com minha auto-estima e em alguns momentos cheguei a pensar em tirar a própria vida", conta.
Hoje o apucaranense luta para vencer a depressão decorrente da abstinência da 'pedra maldita'. "Não é nada fácil, mas lutarei até minhas últimas forças para sair dessa, porque nenhum ser humano merece viver sob o medo e a depreciação que essa porcaria provoca em quem a consome. Os jovens podem até pensar que maconha não faz mal, mas o primeiro 'baseado' que eu fumei foi a chave da porta de entrada para esse mundo infernal das drogas", adverte.
Recém-saído da prisão e desempregado, V.A.S. hoje reside com uma irmã em Apucarana que o acolheu. "Prometi a Deus, à minha irmã e a mim mesmo que sairia dessa e não vou desistir de lutar contra meus impulsos para conseguir o livramento da droga, apesar da depressão monstruosa provocada pela abstinência dessa "pedra do diabo". Só quem ficou escravo do vício pode entender o sofrimento de um dependente químico, mas tenho fé que ainda vou arrumar um novo trabalho e juntar os cacos do que sobrou da minha vida", afirma em tom melancólico.
O que é o crack?
O crack é uma droga feita a partir da mistura de cocaína com bicarbonato de sódio geralmente fumada. É uma forma impura de cocaína e não um sub-produto. O nome deriva do verbo "to crack", que, em inglês, significa quebrar, devido aos pequenos estalidos produzidos pelos cristais (as pedras) ao serem queimados, como se quebrassem.
A fumaça produzida pela queima da pedra de crack chega ao sistema nervoso central em dez segundos, devido ao fato de a área de absorção pulmonar ser grande e seu efeito dura de 3 a 10 minutos, com efeito de euforia mais forte do que o da cocaína, após o que produz muita depressão, o que leva o usuário a usar novamente para compensar o mal-estar, provocando intensa dependência.
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